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Qui, Dez
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Summit tem quase 10 mil processadores e é um milhão de vezes mais poderoso que os notebooks mais rápidos atualmente no mercado

Summit, o supercomputador mais rápido do mundo, está sendo usado para rodar simulações e encontrar medicamentos capazes de impedir que o coronavírus que causa a Covid-19 infecte células humanas.
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Inaugurado em 2018 no Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL), nos EUA, o Summit foi construído pela IBM e é composto por 9,216 processadores IBM POWER9 com 22 núcleos cada, e 27,648 GPUs Tesla V100 da Nvidia trabalhando em conjunto. Seu poder de processamento é de 200 Petaflops, 1 milhão de vezes mais poderoso que os notebooks mais rápidos atualmente no mercado.

O vírus infecta células humanas injetando uma “estaca” de material genético. O pesquisador Micholas Smith, do ORNL, construiu um modelo desta estaca com base em dados de um estudo publicado em janeiro e programou Summit para testar como os átomos e partículas virais interagem com vários medicamentos.

O supercomputador analisou mais de 8.000 interações possíveis e identificou 77 substâncias que tem o potencial para impedir a disseminação do vírus, classificadas de acordo com a probabilidade de sucesso. Agora as mesmas simulações serão executadas novamente, desta vez usando um modelo mais recente do vírus publicado neste mês.

O trabalho de Summit não é encontrar uma cura, mas sim identificar compostos promissores, que devem então ser testados em laboratório pelos cientistas. Mas ao reduzir o número de possíveis candidatos, e organizá-los por probabilidade de sucesso, ele facilita o trabalho dos cientistas e pode acelerar o desenvolvimento de um tratamento eficaz.

O Brasil tem remédio
*Edmir Chedid

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus traz novamente à tona o debate sobre o papel estratégico dos laboratórios públicos do país. 

Mantidos com o dinheiro dos impostos pagos pela população, eles garantem acesso gratuito e universal a uma série de vacinas, testes e medicamentos, muitos deles desprezados pelo setor privado em função do alto custo de produção (como para o tratamento da tuberculose, por exemplo). 
 
Indiretamente, esses laboratórios atuam, também, como reguladores de preços do mercado. Remédios produzidos nas fábricas públicas, que não visam lucro, forçam o setor privado a baratear sua oferta também. Uma positiva reação em cadeia.
 
Em outras palavras: no fim das contas, os laboratórios públicos beneficiam, essencialmente, os mais pobres, os mais necessitados, cumprindo importante função social.
 
Um exemplo claro da importância dessa política vem sendo dado nos últimos dias pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ligada ao governo federal, com a produção de testes em massa para o diagnóstico do novo coronavírus. 
 
No Estado de São Paulo, temos o Instituto Adolpho Lutz, que também vem contribuindo enormemente para a identificação dos casos de Covid-19. Temos ainda o reconhecido Instituto Butantan, um dos principais centros científicos do mundo, que, de imediato, atuará na produção de testes e em um futuro próximo poderá ajudar a produzir vacinas contra o novo coronavírus, sua grande vocação.
 
Nossa retaguarda, no entanto, pode - e deve - ir muito além. Isso porque o Estado conta ainda com a excelente estrutura da Furp (Fundação para o Remédio Popular), maior fabricante estatal de medicamentos do país e um dos maiores da América Latina, com mais de 50 anos de serviços prestados ao sistema público de saúde. Um verdadeiro patrimônio de todos os paulistas, mantida integralmente com recursos do SUS. 
 
Para se ter uma ideia da sua importância, a Furp abastece hoje não apenas prefeituras de São Paulo e o governo paulista, como outros Estados e até o Ministério da Saúde. Nos momentos difíceis, sempre esteve na linha de frente das políticas públicas de saúde, como durante a epidemia de H1N1 (Influenza A), entre 2009 e 2010, quando abasteceu todo o Brasil com medicamentos para o tratamento da doença. O mesmo aconteceu durante os surtos de meningite no país. Também nas grandes enchentes. Tudo isso, sem falar das ações humanitárias no exterior, em Moçambique e Haiti.
 
Em gestões passadas, a Furp foi duramente afetada por erros administrativos e escândalos de corrupção que abalaram suas finanças - prejuízo de algumas dezenas de milhões de reais que, em poucos anos, colocou em risco uma série de políticas públicas. Consequência direta, a Furp "encolheu", reduzindo drasticamente sua produção.
 
Investigamos muitos desses desmandos em 2019, durante uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que propus e presidi na Alesp. Ao final de seis meses de trabalhos, a comissão denunciou pessoas envolvidas em irregularidades e trouxe subsídios para que o governo não apenas mantenha a Furp, como aprimore sua gestão. É um grande legado, que já teve reflexos imediatos (como a suspensão do contrato leonino para a gestão da fábrica de remédios de Américo Brasiliense, que causava, todos os anos, um prejuízo de mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos).
 
Hoje, a Furp tem condições de novamente exercer seu protagonismo, reforçando, por exemplo, a produção de antibióticos, que não servem exatamente para combater o coronavírus, mas podem ser usados para tratar infecções associadas, como a faringite, ou mesmo uma pneumonia bacteriana que possa ter se desenvolvido a partir do contágio pelo novo coronavírus.
 
A fundação tem, ainda, estrutura e expertise suficientes para produzir em larga escala o álcool gel, item tão fundamental e escasso nesta pandemia.
 
O Estado de São Paulo sempre foi exemplo para o país, e se vê novamente diante da oportunidade de liderar a nação em mais um momento difícil. Diante da oportunidade de mostrar que crises como a que enfrentamos hoje exigem compromisso público e respostas rápidas. E de mostrar, ainda, que saúde pública não é gasto, e nunca será. 
 
 
* Edmir Chedid é deputado estadual pelo DEM e membro da Comissão de Saúde da Alesp. Em 2019, presidiu a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Furp.
 

 

 

 

Decisão pretende impedir compra indiscriminada de medicamento

O juiz Murilo Silvio de Abreu, em plantão no Judiciário mineiro, determinou ontem, 20 de março, que o secretário de Saúde do Estado de Minas Gerais e os presidentes dos Conselhos Regionais de Farmácia e Medicina tomem as providências necessárias, de forma imediata -- com a edição de medidas normativas e/ou ações práticas, cada um em sua área de atuação -- para impedir a venda do medicamento hidroxicloroquina, em farmácias e drogarias de Minas Gerais, sem a retenção da receita médica.

Estudos sugerem que o uso desse medicamento, combinado com a azitromicina, causariam a redução ou o desparecimento da carga viral do coronavírus (Covid-19), o que tem levado a população em geral a procurar pelo medicamento nas farmácias. Para a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, que fez o pedido à Justiça, as evidências apontadas pelos estudos podem gerar o uso indiscriminado do medicamento, sem os critérios médicos adequados, além de causar desabastecimento geral e a falta do remédio para os pacientes realmente necessitados.

Nota técnica

Para embasar o seu pedido, a Defensoria Pública anexou ao processo uma Nota Técnica emitida por farmacêutica vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES/MG). A nota atesta que a hidroxicloroquina é medicamento pertencente à classe terapêutica dos antimaláricos e possui indicação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de problemas reumáticos e dermatológicos, além de malária.

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Decisão judicial foi tomada para impedir falta do medicamento para quem realmente precisa

O documento técnico alerta, porém, que o medicamento é contraindicado para portadores de retinopatias e que pode causar hipoglicemia durante a sua administração. A substância também deve ser usada com cautela em pacientes com problemas gastrintestinais, neurológicos e hematológicos, com porfiria, psoríase ou hipersensibilidade ao quinino, apresentando riscos ainda se for utilizada durante a gravidez.

Desabastecimento

Em sua decisão, o juiz Murilo Silvio de Abreu ressaltou o ambiente de tensão social vivido nos últimos dias em razão do coronavírus e a situação de emergência em saúde pública decretada pelo Estado por meio de decreto. "Parcela significativa da população já está se dirigindo às farmácias e drogarias para adquirir o fármaco e utilizá-lo fora do que é recomendado pela Anvisa, como forma de proteger-se contra o Covid-19", citou.

O magistrado também destacou dados da SES/MG, que, na nota técnica, informou que o medicamento é prescrito pelos médicos por meio de receituário branco comum, não sendo necessária a retenção da receita. "As consequências podem ser graves, não só para as pessoas que não são portadoras de moléstia alguma e que farão uso do medicamento sem a devida indicação médica, como para os atuais portadores de doenças reumáticas e dermatológicas e malária, que ficarão, possivelmente, sem o fármaco de que necessitam", explicou o magistrado.

O juiz determinou que SES/MG e os conselhos regionais de Farmácia e Medicina dêem ampla divulgação à decisão para todas as farmácias, drogarias, farmacêuticos e médicos do Estado.

A determinação tem efeitos imediatos, mas está sujeita a recurso. Consulte a movimentação e a decisão no sistema PJe: 5046681-33.2020.8.13.0024.


Assessoria de Comunicação Institucional -- Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais -- TJMG
Plantão: (31) 97572-9999


Calcula-se que sua taxa de letalidade seja de cerca de 2%, bem abaixo dos índices de outros coronavírus que causaram os surtos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), que matou 10% dos quase 8,1 mil infectados entre 2002 e 2003, e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês), de 2012, em que 35% dos quase 2,5 mil pacientes morreram.

Segundo Spilki, esse surto "parece ter um perfil bastante diferente das de Sars e de Mers em termos de virulência, porque aquelas epidemias provocaram uma alta letalidade. Com a Sars, a letalidade era estimada em 50% no início, mas depois foram descobertos novos casos, e a taxa caiu. O mesmo está acontecendo agora com este coronavírus."
Como uma epidemia chega ao fim?

Então, como é que um surto provocado por um vírus que "mata menos" e tenta se adaptar para ser mais facilmente transmitido chega ao fim? Há basicamente três formas, segundo especialistas.

"A epidemia pode dizimar toda uma população, o que significaria um fracasso para um vírus, porque ele morre junto", afirma Sprinz.

Um surto também pode acabar se as autoridades de saúde tomarem as medidas necessárias para impedir que haja contato entre pacientes infectados e pessoas saudáveis, evitando novos contágios.

"Foi o que aconteceu com o vírus da Sars, que foi contido com medidas de bloqueio da transmissão e simplesmente desapareceu", afirma Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.
Direito de imagem EPA
Image caption Isolar pacientes e casos suspeitos é a melhor forma de controlar a disseminação do vírus, apontam infectologistas

A terceira forma de conter o surto seria com um processo de imunização do hospedeiro. Chebabo diz que isso é uma questão de tempo.

Quanto maior a circulação do vírus, mais pessoas adquirem anticorpos contra ele e ficam imunes, fazendo com que o vírus perca força.

"Um exemplo foi a pandemia de H1N1. No início, ninguém tinha imunidade, e houve uma disseminação enorme, matando muita gente. Mas esse é um processo lento gradual, que pode levar meses ou menos anos", diz o infectologista.
A busca por uma vacina

Uma forma mais eficiente de gerar essa imunização e conseguir erradicar uma doença em seres humanos é ter uma vacina.

A dificuldade diante desta epidemia de coronavírus, em comparação com surtos de gripe, causados pela família de vírus influenza, é que já existiam vacinas para vírus influenza e bastava adaptá-las, mas ainda não há uma vacina para os coronavírus.

O desenvolvimento de uma vacina é um processo longo e demorado e que precisa passar por diferentes fases de estudos com animais e seres humanos para garantir que é segura e eficaz.

"Estão dizendo agora que podem ter uma vacina para o coronavírus daqui a um ano, mas isso não é verdade. Esse processo leva de cinco a dez anos. Olhe, por exemplo, para o caso da epidemia de zika de 2005; até hoje não temos uma vacina. A mesma coisa vai acontecer com este vírus", diz Chebabo.

Por isso, é esperado ao menos por enquanto que o número total de casos confirmados continue a subir, porque a exposição de pessoas ao vírus progride em escala geométrica.

O melhor a fazer no momento é ter ações coordenadas de vigilância epidemiológica e dos serviços de saúde para bloquear a disseminação do novo coronavírus, diz Spilki.

"Isso é fundamental, porque, com o tempo, surgem tratamentos mais eficazes, eliminando o vírus. No longo prazo, se necessário, podemos recorrer à vacinação, mas infelizmente temos que ser pessimistas quanto a essa possibilidade no momento."

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