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Sáb, Jan
ptenfres

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Eu sempre tive uma forte conexão com a minha família, por um tempo acreditei ser impossível superar perdas tão próximas, que muito além de sangue, me sentia conectado pela alma.
Perdi meu avô João – paterno - primeiro, um grande homem. Das características que mais amava nele, o dom de contar histórias sempre foi inspirador, e guardei em mim a sua forma quase que impecável de prender nossos olhares em volta do fogão de lenha. Lembro que no meu último encontro com ele, senti sua ida. Ele segurou minha mão firme, e por alguns minutos me abençoou.
Amém Vô.


Anos depois perdi minha vó Geni – materna – no susto. Assim, como quem não espera aquele vento forte e gelado, e ele te corta no meio da rua trazendo uma tempestade. Foi assustador.
Um ano depois da morte da minha avó virei apresentador de lives, em meio ao caos pandêmico no Brasil, e resolvi fazer uma homenagem, a cada vez que subia no palco, a roupa que usava eram roupas dela, que havia trazido recentemente pra Goiânia, depois de olhar o guarda-roupa dela com minha família.

O blazer, na cor roxa, com ombreiras que eu particularmente amo e são a cara dela, pedi à minha mãe e minha tia, se eu poderia ficar, junto com algumas roupas dela. Sempre tivemos uma relação muito bonita, e compartilhamos de gostos muito parecidos também.
Sim, roupas femininas, mas isso é assunto pra outro post.
O sonho dos meus avós era ver algum dos netos famosos, "aparecer na televisão”, já que todos nós cantamos e somos muito ligados à arte desde novinhos.

Na noite do falecimento, eu estava em Goiânia e ela em Bambuí- MG, minha cidade natal, e mesmo com essa distância toda, eu pude sentir e ver (como uma visão mesmo) tudo que ela passou.
Quase na mesma hora em que ela faleceu, e antes da minha família me contar, eu havia dito pra Elora, minha esposa, isso. Foi a segunda experiência de morte de alguém da família e pude sentir esse lugar que, muitas vezes é triste para as pessoas, de uma maneira muito leve.
Todos nós, apesar de pegos de surpresa, pudemos dar um adeus, com um gostinho de "dever cumprido" porque amamos e demonstramos esse amor à minha avó, quando estava viva. Inclusive, eu tenho essa facilidade em dizer "te amo" e ligar sempre para minha família. Queria conseguir fazer isso com todo mundo.?


No meu primeiro dia como apresentador, abri a live com o blazer da minha avó. Minha família estava muito emocionada e meu avô até passou mal. Fiz questão de vestir esse blazer dela, porque eu sabia que, de alguma maneira, ela me faria brilhar e estaria orgulhosa de mim.
Eu não gosto de despedidas, morro de medo da morte, mas nessa linha tênue, teimo em dizer que somos eternos, já que muitos ensinamentos se perpetuam e nos fazem transitar pela eternidade.
Em memória do meu avô João Bonifácio e da minha avó Geni Lasmar.
“Se o vento te levou o tempo é sua morada
Não vou esquecer
Vou te celebrar”

 

 

Gio Lasmar
@giolasmar
“Publicitário e comunicador nato. Ama arte, moda e blogar, idealmente tudo ao mesmo tempo".

Festival de Dança de Bambuí

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